"Parabéns, titia"

Meu cunhado é um palhaço. Tá sempre zoando todo mundo, conta piadas, finge que é outra pessoa ao telefone... essas coisas. Numa dessas noites, eu e Ronaldo no aconchego do lar, ele liga. Diz na lata: “Parabéns, titia.” Fiquei sem entender nada, imaginando qual seria a piada da vez. Ele repetiu: “Parabéns, titia.” Ri alto, como se já tivesse captado a pegadinha – os neurônios estavam trabalhando a mil, enquanto eu disfarçava alguma coisa com a voz. E mais uma vez soou a frase: “Parabéns, titia.” Fiquei muda. A ficha caiu. Minha irmã estava grávida. Ele passa o telefone para a Kátia. Ela confirma e dispara: queremos que você seja a madrinha. Putz, eu nem tinha digerido a primeira informação e veio essa logo em seguida. Depois dos parabéns dados ao casal ainda com aquela cara de besta que eu devia estar fazendo, falei com meus pais. Só ouvi as vozes pelo telefone, mas ficou claro que todos estavam babando.