sábado, 10 de julho de 2010

Ffadas...

Recado enviado ontem à noite pela vovó Laura:


Hoje, sexta-feira, mamãe Kátia e papai Flávio estiveram aqui em casa, sr. Miniatura.É, toda a sexta eles vêm atender no consultório em Cruzeiro e depois fazem uma boquinha na casa da vovó. Depois do almoço, estávamos todos sentados no sofá, jogando conversa fora e eu, vovó, estava olhando para a barriga de sua mãe, vendo você se mexer dentro dela. Aí pensei como você está sendo amado ainda sem ter nascido.Você é um menino de sorte por vários motivos e um deles é por ter uma ffadamadrinha.. Olha, não é para qualquer um ter uma ffada. Brevemente você irá conhecê-la.

Beijos para todas as ffadas, em especial para sua, Matheo.

A ficha caiu

Olá, Matheo.

Com a sua quase chegada, fico pensando como envelhecemos. Outro dia, era EU a criança. Brincava de Atari, queria uma máquina fotográfica que saísse a foto na hora e colecionava cassetes... Daí minha "ficha caiu" e resolvi fazer uma lista de coisas pra você. Coisas que eu, mamãe, papai, tios e vovós usamos, mas que você nem sonharia que já tenham existido. Digo mais: você nem conseguiria imaginar o quanto já foram sonho de consumo. 

Nas andanças pela internet, achei mais do que exemplos do que estou tentando te mostrar. Encontrei uma reportagem sobre o tema no jornal Correio Popular, de Campinas, o primeiro lugar em que trabalhei. Acho que você vai gostar de dar uma conferida. Se ler e não entender nada, peça ajuda a nós, os mais velhos.... Aí vai o texto e, mais abaixo, está uma descrição de cada uma das coisas destacadas:



A turminha que domina o funcionamento de toda a parafernália eletrônica do século 21 nem imagina, ou pelo menos dificilmente viu de perto, as “velharias” que o mundo usava até há pouco tempo. Um exemplo é a comunicação pelo telefone, que nos nossos dias é muito fácil, graças ao celular. Mas até a década de 1980 a molecada dependia do orelhão para fazer uma ligação quando estava na rua, e ele funcionava com fichas de metal, e não com os cartões usados atualmente.

Mandar um recado ou documento urgente por escrito para alguém que estava longe era mais complicado ainda. Numa época em que a internet e e-mail eram coisa de filme de ficção científica, uma das formas usadas para trocar mensagens a distância era o telex: uma espécie de máquina de escrever elétrica que imprimia em papel os textos recebidos em uma rede parecida com a telefônica. Tipo um “pai” do fax.

Na hora da diversão as coisas evoluíram um bocado. Nas baladinhas dos anos 2000 dá para sair fotografando todo mundo com os modernos celulares com câmeras, por exemplo. Mas há uns 15, 20 anos, as maquininhas não eram digitais e sim de filme, com no máximo 36 “poses”, que não podiam ser desperdiçadas. A gente batia a foto olhando por um buraquinho e tinha que esperar mandar revelar no laboratório, pra conferir se estava bom ou se alguém havia saído com os olhos fechados e sem cabeça. E tem gente que usa até hoje essas máquinas!

Na escola as coisas também mudaram bastante. Em muitos colégios os alunos têm acesso a computador ou até fazem provas direto na telinha. A maioria usa caneta ou lápis para responder as provas copiadas numa máquina que acabou conhecida com o nome da marca mais famosa, a Xerox. Mas quem tem mais de 30 anos certamente lembra do cheiro de álcool que saía dos testes entregues pelo professor, que eram reproduzidos numa geringonça chamada mimeógrafo.

E para ouvir um som, então? Como ficou mais fácil! Basta baixar na internet um montão de músicas e sair com um MP3 leve como pena pendurado no pescoço. Mas há alguns anos a febre eram os walkmans, aparelhinhos que tocavam fitas cassete e eram muito mais pesados. Nos bailinhos rolavam na vitrola os hits tocados em discos de vinil, os LPs (de Long Play) — que voltaram à moda. Agora, até o CD já começa a ficar velho!

O Correio Criança preparou uma listinha de aparelhos que pouco se veem hoje ou que viraram peças de colecionador, explicando um pouco como eles funcionavam. Quem ajudou a gente nessa tarefa foi o seo Francisco Marconi Evaristo Catunda, dono do Mago das Canetas, de Campinas, que já consertou muitas dessas traquitanas, e o engenheiro elétrico Marcelo Sampaio de Alencar, professor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), na Paraíba, que quer implantar o Museu do Futuro (expondo muitas dessas invenções e criando um programa de divulgação da tecnologia) lá no seu Estado.

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Ficha telefônica

Parecia uma moedinha de metal de formato especial que, quando jogada num buraquinho no orelhão, destravava uma alavanca e liberava uma ligação com alguns minutos de duração. Depois desse tempo você era avisado para colocar outra ficha, senão não dava nem pra dizer tchau.

Telex

Possibilitava a transmissão de mensagens entre usuários, mais ou menos como os computadores ligados à internet fazem hoje. Era como uma máquina de escrever elétrica, que imprimia a mensagem em vez de mostrá-la em uma tela.

Telefone a disco

Para fazer uma ligação no telefone de disco, ou dial, era preciso enfiar o dedo no buraco com o número correspondente e girar o disco completamente, depois soltá-lo. Quando o disco voltava, pressionado por uma mola, ia registrando cada número.

Mimeógrafo

Servia para fazer cópias de apostilas e provas, por exemplo. Ele usava uma tinta sensível ao álcool em um dos lados do papel, e se escrevia no outro lado, à mão ou com máquina de escrever. Esse papel especial (chamado estêncil) era colocado em um cilindro, que era girado por uma alavanca e produzia as cópias.

Máquina de escrever

A história diz que a máquina de escrever foi inventada por um brasileiro, o padre Francisco João de Azevedo, que nasceu na Paraíba, em 1814. As máquinas antigas tinham um teclado mecânico, com alavancas que pressionavam as letras sobre o papel. As mais modernas já eram elétricas, bem mais rápidas, e algumas tinham uma fita que apagava as letrinhas erradas.


Fita cassete

No cassete, uma fita magnética fica enrolada em um carretel e é puxada por um motor do gravador para enrolar num carretel do outro lado. Quando ela passa de um lado pro outro, faz o gravador tocar.

Disquetes flexíveis

Eram os antepassados dos CDs e pen drives, mas armazenavam uma quantidade muuuuuito menor de dados.

Projetor de slides

Aparelho que, com lentes especiais e uma espécie de refletor, joga luz sobre fotografias no formato de pequenos quadradinhos e consegue ampliá-las numa tela ou na parede mesmo.

LPs e vitrola

Vitrola era o aparelho que tocava os discos de vinil. As músicas eram gravadas em sulcos feitos nos discos, que eram “lidos” por uma agulha de diamante instalada no braço da vitrola.

Walkman/discman

Os primeiros aparelhos tocavam fitas cassete, como já foi explicado. Mais tarde foram criados os discman, que tinham um feixe laser capaz de “traduzir” em som as informações gravadas em minúsculos risquinhos nos CDs de música. O mesmo sistema funciona nos microsystems e outros aparelhos que leem CDs.

Atari

Hoje a sensação é a série PlayStation, mas o tataravô dessas maravilhas foi o Atari, o primeiro videogame produzido comercialmente, a partir de 1972. Os primeiros joguinhos tinham bonecos e carrinhos bem toscos.

Câmera e Polaroid

Elas registram a imagem pela sensibilização da película fotográfica (o filme) à luz que entra pelo buraquinho no momento em que se bate a foto. O filme tem que ser revelado em laboratório. Já na Polaroid, pouco tempo após a exposição, a foto se revela automaticamente.